BLOCO DE ESQUERDA CALDAS DA RAINHA

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sábado, 28 de abril de 2012

Memoria Del Saqueo, de Pino Solanas

Vamos mostrar este filme na Segunda-Feira dia 30, às 21:30, na nossa sede concelhia do BE Caldas da Rainha - Centro Comercial Avenida - Loja 2
 
Memória do Saque é um documentário que compõe um vibrante testemunho de um quarto de século na Argentina. O filme cobre um período de 25 anos, desde a ditadura militar em 1976 até ao estalar da crise cambial, financeira e económica que resultou na revolta de 2001. Foram duas décadas e meia de terríveis problemas sociais e económicos, dissimulados por uma pretensa paz e tranquilidade internas. Num tempo recorde a população Argentina passou da prosperidade à pobreza, com uma gigantesca dívida externa impulsionada pela privatização de bens e recursos públicos.

A película é também um manifesto de homenagem à coragem e dignidade de milhões de argentinos que lutaram para não sucumbir à pobreza, enquanto assistiam ao despojar dos seus recursos por poderosas multinacionais, com a cumplicidade do sector financeiro e dos políticos corruptos que dirigiam o país.

Fernando Ezequiel "Pino" Solanas, nascido em 1936 e cineasta desde 1962, com uma trajectória artística solidamente ancorada numa filmografia extensamente premiada a nível internacional, obteve com a Memória do Saque o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 2004. Com esta obra iniciou um ciclo de cinco filmes concluído em 2009, em que aborda a realidade social, económica e política da Argentina. Pino Solanas é actualmente deputado no parlamento Argentino, eleito pelo movimento Projecto Sul, que fundou e dirige. Desde 2007, ano em que foi candidato à presidência, que defende abertamente a nacionalização dos recursos naturais da Argentina e as virtudes de uma economia pública forte, como meio de aprofundamento da democracia pela afirmação da equidade e da justiça social.

No final da projecção faremos um pequeno debate acerca das questões de "Nacionalização ou Privatização: Os efeitos na economia, no emprego, no Estado Social e na redistribuição de riqueza." a propósito da recente nacionalização de uma companhia petrolífera na Argentina.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pelo futuro da Lagoa de Óbidos

O movimento "Cidadania pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos" apelou à participação de todos, incluindo partidos, na promoção e recolha de assinaturas para a petição Pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos (se ainda não assinou, carregue nesta ligação).

O Bloco de Esquerda de Caldas da Rainha associa-se a esta petição por reunir os factos que evidenciam o valor ambiental da Lagoa de Óbidos para o ecossistema, que as dragagens até à data são insuficientes - ao que o Bloco de Esquerda volta a criticar a sua fraca e contraproducente resposta ao problema da Lagoa - exigindo assim a respectiva protecção ambiental de todo este sistema lagunar e a responsabilidade dos órgãos administrativos em assegurar a sustentabilidade da Lagoa de Óbidos com uma intervenção de fundo.


No passado Sábado, dia 14 de Abril, participámos na recolha de assinaturas para esta petição.
Apelamos a todos a participarem na recolha das assinaturas necessárias para levar este grave problema à Assembleia da República, pelo futuro da Lagoa de Óbidos.

BE Caldas



Para mais informações ler artigo da Gazeta das Caldas de 17 de Fevereiro de 2012

sábado, 14 de abril de 2012

Reorganização Hospitalar CHON II


BE – COMUNICADO.

Na sequência da participação nos trabalhos da Comissão de Saúde, no âmbito da Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda vem agora tornar pública, e actualizar a sua perspectiva, sobre a preocupante reorganização hospitalar em curso e os ameaçadores cortes no SNS, que põem em causa a assistência médica à população da região Oeste.
Como a pressa é inimiga da perfeição, tememos que toda a urgência colocada na necessidade de agir e tomar decisões possa prejudicar severamente o sector da saúde na região Oeste, nomeadamente pelo desmantelamento e desqualificação dos serviços hospitalares.

Todo o processo está ferido de suspeição de prioridades não reveladas. Senão vejamos: a ARS dá início a estudos que servirão de base a decisões de reorganização da rede hospitalar. Estudos anteriores, credíveis, são ignorados. Os actuais documentos da ARS são claramente tendenciosos, em benefício de Torres Vedras e prejuízo de Caldas da Rainha. Fica a ideia que perante a ameaça dos novos hospitais da cintura de Lisboa, em Loures e Vila Franca de Xira, que podem levar ao esvaziamento de Torres Vedras, o lobby torreense organizou-se em torno da ARS e tem andado a fazer um trabalho silencioso de defesa da sua permanecia à custa do desmantelamento do CHON. Os documentos da ARS são falaciosos: cheios de erros técnicos e metodológicos, com falsificação e manipulação de números e interpretações tendenciosas sempre no sentido de prejudicar Caldas e defender Torres.

É grave que o actual concelho de administração do CHON tenha pactuado com esta lógica de ataque a Caldas. Grande parte do relatório da ARS é baseado num documento do actual concelho de administração do CHON a desqualificar a anterior gestão. Não é sequer um documento com validade técnica, conforme foi dito pelos médicos ouvidos pela comissão. É um documento com prioridades políticas internas e corporativas. Algumas questões levantadas pelos médicos e antigos administradores sobre a actuação do actual concelho de administração deveriam ser objecto de investigação em sede própria e respectiva  responsabilização civil criminal do actual CA.

Ficou a ideia geral transmitida pelos clínicos ouvidos, que a área de influência do CHON extravasa muito as fronteiras que o planeamento lhe atribui. Todas as especialidades estão sub-dimensionadas e e com falta de médicos e outro pessoal para os níveis de procura que continuam a registar. Ortopedia p.ex.: recebe doentes da zona de Patáias e Porto de Mós; Gastro tem pacientes que se deslocam da própria cidade de Torres Vedras. Garanta-se a qualidade dos serviços, assegurada sobretudo pelo exemplar desempenho dos médicos, que devemos reconhecer e sublinhar; o adequado dimensionamento e respectivo financiamento, que as especialidades darão boa conta de si na afirmação e projecção dos serviços hospitalares de Caldas da Rainha e do Oeste Norte.

Ainda segundo os clínicos e ex-administradores, não é possível concentrar os serviços para 350 mil habitantes apenas em Torres Vedras ou Caldas da Rainha. Nenhum dos hospitais tem capacidade física para responder adequadamente a este volume de população. Retirar especialidades de Caldas para Torres só servirá assim, como passo intermédio, para transferência dos doentes para os novos hospitais a sul, como Loures e Vila Franca de Xira, em regime de parceria público-privada, com custos acrescidos para o orçamento de estado e para os custos reflectidos directamente nos utentes.

Torres está perante a ameaça de esvaziamento e deve reorientar o seu eixo funcional com Lisboa Norte, Caldas da Rainha deverá defender uma reorganização do CHON como Unidade Local de Saúde, conforme foi defendido por alguns clínicos e ex-administradores. Ou seja, Torres reorganiza-se em direcção a sul e no âmbito da área metropolitana de Lisboa, de que já faz parte. Caldas da Rainha reorganiza-se em função da área de influência que já existe há décadas e que não tem nenhuma razão objectiva para alterar. A posição pública dos órgãos autárquicos de Alcobaça e Nazaré não vêm alterar nada ao funcionamento hospitalar. O que acontece e continuará a acontecer é a população da Nazaré e Alcobaça Sul, continuar a procurar os serviços de maior proximidade e confiança. De acordo com o está definido nos modelos e padrões da OMS, como também nos foi dito pelos administradores.

Assim, importa manter o SNS no Oeste com os padrões e serviços actuais, que garantam uma adequada assistência à população, de acordo com os critérios definidos pela OMS e não permitir a desqualificação do Hospital de Agudos de Caldas da Rainha que tem actualmente a categoria de H3. A perda de algumas valências pode significar uma desqualificação para inferior a H2. De todo inaceitável. Os cuidados de saúde são essenciais ao sentido de coesão nacional e o Oeste não pode ficar numa condição ultra-periférica e esvaziada em relação à área metropolitana de Lisboa e à região de Leiria. Muito menos poderemos admitir que isto possa ser feito a partir de estudos suspeitos e incompetentes da ARS, ao serviço de interesses pouco claros.


Sobre o termalismo e o Hospital Termal: Há um perigo de encerramento eminente, por uma inexplicável incompetência e falta de previsão do CA que tem de ser acautelada. A insensibilidade do CA do CHON e da ARS em relação ao Termal recomendam a imediata retirada deste CA. Ficou demonstrada pela médica especialista e pelos dados trazidos pelos ex-administradores a viabilidade do Hospital Termal e até o seu interesse enquanto recurso numa política efectiva de sustentabilidade da saúde. Com grande capacidade de produzir economia de escala, alterando-se a orientação medicamentosa pesada para uma lógica de tratamento termal. O universo de potenciais utentes situa-se em cerca de metade da população portuguesa - pessoas com doenças reumáticas ou respiratórias. A partir de 2013 abre-se a livre circulação de doentes no espaço europeu e de acesso a cuidados de saúde pelos cidadãos europeus sem restrições fronteiriças. Uma oportunidade flagrante para o relançamento do termalismo. A sustentabilidade do Termal atinge-se com 4000 aquistas. Actualmente tem cerca de 1500. Até 1996, antes do aparecimento da bactéria, chegou a cerca de 9000, dimensão que garante até a capacidade própria de gerir, proteger, defender e promover o seu património próprio, incluindo o Parque, a Mata e o edificado. É urgente que Termal seja autonomizado e tenha uma gestão própria. É essencial que haja investimento no Termal e lançamento de uma campanha de atracção de aquistas. Além da auto-sustentabilidade, o termalismo é uma alavanca de qualificação da oferta turística do Oeste e uma âncora de desenvolvimento da economia local, nomeadamente do comércio tradicional.

Bloco de Esquerda, Caldas da Rainha
Caldas da Rainha, 18 de Março de 2012.