BLOCO DE ESQUERDA CALDAS DA RAINHA

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domingo, 17 de junho de 2012

Jornadas Contra a Troika - Caldas da Rainha



No próximo domingo, 24 de Junho de 2012, pelas 12:30, a concelhia do Bloco de Esquerda de Caldas da Rainha promove a 2.ª edição anual da Sardinhada na Lagoa de Óbidos. Tal como no ano passado, este encontro de aderentes e simpatizantes do BE realiza-se no Parque de Merendas junto à Escola da Vela da Lagoa, localizado na freguesia do Nadadouro. 

Juntamo-nos aqui, em torno doa assadores, à volta das mesas, à sombra das árvores para celebrarmos a amizade entre os que partilham uma determinada ideia de esperança, a ideia de um futuro mais justo num país melhor. 

ESTA INICIATIVA INSCREVE-SE NO PROGRAMA NACIONAL DO BE SOB DESIGNAÇÃO GENÉRICA DE “JORNADAS CONTRA A TROIKA” E CONTA COM A PRESENÇA DO COORDENADOR NACIONAL DO BE, FRANCISCO LOUÇÃ.

Bem sabemos que a vida vai dura. Que estamos todos a pagar injustamente as dividas que alguns contraíram e de que outros beneficiaram. Dívidas que não fizemos, que não desejámos contrair. Bem vemos os salários a encolher, as pensões a mirrar, o emprego cada vez mais a faltar e as contas no final do mês sempre a aumentar. Mas não nos resignamos. Como acreditamos que podemos construir uma sociedade melhor, continuamos, em certos momentos, a celebrar a vida da melhor forma que sabemos: vivendo-a!

Com os olhos repousados sobre a Lagoa, o ventre apaziguado pelas sardinhas e pelos pimentos assados, com o Oceano Atlântico a marcar a linha do horizonte, ousamos libertar a imaginação, deixando-a navegar na idealização de uma sociedade mais próspera para todos, construída por todos, ombro a ombro.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Jornadas Contra a Troika Marinha Grande

BE
Pique - Nique
Feriado 7 de Junho (Quinta-feira Santa) 2012
Ponte Nova – São Pedro de Moel
13 Horas
Jornadas Contra a Troika
  Pick-Nick
 
Com a presença de
Catarina Martins - Deputada do BE  na Assembleia República
Cantor: Carlos Vicente
Aberto a todos e a todas, população, cada um traz a sua merenda.
Venham participar e conviver connosco na última quinta-feira santa, feriado retirado aos portuguese pelo Governo PSD/ CDS e TROIKA.
Vem e traz um amigo também.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

João Semedo diz que fusão de Caldas e Torres não resolve os problemas

João Semedo e BE Caldas em reunião com a comissão de utentes do CHON

"O Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) é vítima de um sub-financiamento muito acentuado", comentou o deputado do Bloco de Esquerda (BE) da Assembleia da República, João Semedo, que veio às Caldas da Rainha na passada segunda-feira para se reunir com a comissão de utentes do CHON e com o Conselho de Administração do CHON.
"Os problemas deste centro hospitalar não são muito diferentes dos outros hospitais do SNS. Todos os anos o Estado dá dinheiro a menos do que é necessário para a despesa efetiva do hospital. A dívida de 48 milhões de euros é brutal e paralisante", sustentou.
Segundo o deputado "o CHON perdeu muitos médicos e valências e a pouco a pouco vai desqualificando e reduzindo a qualidade dos serviços. As listas de espera vão crescer para limites muito acima do que são desejáveis".
"Fui administrador de um hospital e sinto bem este problema", referiu João Semedo, que disse ser "uma ilusão pensar que a fusão das Caldas com Torres resolverá o problema, porque na integração de hospitais a experiência tem mostrado que nem sempre a despesa tem diminuído na dimensão em que se espera".


João Semedo e BE Caldas em reunião com o Conselho de Administração do CHON

"No CHON, não só a despesa não diminuiu como se julgava como também a produção assistencial não aumentou. É uma ilusão para enganar a opinião pública. Não vai resolver nenhum dos problemas dos hospitais das Caldas e de Torres, e está prevista num desenho de que tenho muitas dúvidas. A pediatria, a maternidade e a urgência médico cirúrgica ficarão nas Caldas, mas toda a cirurgia e ortopedia vão para Torres. Não faz sentido que não estejam no mesmo sítio onde está o serviço de urgência, é uma solução estranhíssima", afirmou.
De acordo com o deputado, o conselho de administração do CHON "informou-nos de que conhece do que está previsto e não exprimiu a sua opinião".
O termalismo também foi abordado nesta deslocação. "O hospital termal deve manter-se no domínio público e articulado com o hospital das Caldas e no âmbito do SNS. Se é gerido exclusivamente pelo hospital ou numa parceria com o município é outra questão, e estamos recetivos a qualquer modelo desde que respeite as premissas atrás referidas", defendeu João Semedo, apontando também que se "tem de encontrar uma solução de financiamento das Termas que não degrade mais o serviço do Hospital das Caldas".
Na Assembleia da República João Semedo já fez duas propostas de audição de responsáveis hospitalares e autarcas na comissão parlamentar de saúde, que foram rejeitadas pelo PSD e CDS "com argumento de que tudo estava ainda em discussão, mas na realidade o PSD e CDS querem evitar a discussão pública". "Vou voltar a insistir", garantiu o representante do BE.


in Jornal das Caldas, Francisco Gomes

João Semedo e BE Caldas em reunião com a comissão de utentes do CHON
(...)
“é uma ilusão e uma tentativa de ir enganando entre aspas a opinião pública, porque a fusão não traz mais dinheiro e não traz mais médicos, nem mais enfermeiros, nem mais profissionais” - João semedo
(...)
Nos encontros, o deputado, médico de profissão, ficou a conhecer mais de perto uma estrutura “que vive um problema gravíssimo de subfinanciamento arrastado, uma dívida brutal”, ao qual acresce a “falta de médicos e profissionais, o que reduz a qualidade e a amplitude do serviço prestado”.
Mas para o bloquista, “a responsabilidade não é dos seus profissionais nem da administração actual. É de quem ao longo dos anos, em diferentes governos, subfinanciou os hospitais do Serviço Nacional de Saúde”. E até refere que o actual Conselho de Administração tem consciência dos problemas e está “a fazer um esforço ultrapassar os estrangulamentos que não são criados por si”.
João Semedo e BE Caldas em reunião com o Conselho de Administração do CHON
(...)
a junção do CHON e do Centro Hospitalar de Torres Vedras no Centro Hospitalar do Oeste “não vai aumentar o financiamento das unidades de saúde, nem vai aumentar o número de profissionais. Vai permitir melhoras aqui e ali, através da sinergia de meios, mas não vai resolver o problema”.
(...)
Qual é, então, a solução? Uma redefinição de prioridades, defende. “O governo tem que se convencer que se há dinheiro para a Madeira, para o BPN e para tantos outros disparates, tem que haver dinheiro para a saúde”, diz. É preciso que a distribuição do orçamento seja mais coerente. “Toda a gente sabe que os orçamentos são limitados, mas há maneiras e maneiras de fazer os orçamentos e de os distribuir”.
(...)

in Gazeta - http://www.gazetacaldas.com/?s=Reorganiza%C3%A7%C3%A3o+hospitalar+na+regi%C3%A3o+oeste+%C3%A9+uma+ilus%C3%A3o%2C+diz+Jo%C3%A3o+Semedo

quarta-feira, 9 de maio de 2012

PSD e CDS rejeitam Proposta de evento sobre termalismo

Declaração de voto do deputado municipal do B.E., Lino Romão, acerca da rejeição da "Proposta de evento sobre termalismo":

"O Bloco de Esquerda apresentou nesta Assembleia Municipal uma proposta de realização de um evento na área do termalismo, a promover pela autarquia e a decorrer no CCC - Centro Cultural e de Congressos. A proposta a ser votada como recomendação à Câmara Municipal foi chumbada com os vostos contra da banda do PSD que não a percebeu nem a quis perceber.

A Câmara poderá e deverá ter um papel activo na atracção de aquistas, não porque se deva preocupar com a exploração e gestão do Hospital Termal, como a bancada do PSD erradamente interpretou, mas como forma de dinamização da economia local, nomeadamente do comércio tradicional da cidade, como a proposta explicitava.

Lamentamos que a bancada do PSD na Assembleia Municipal tenha esta visão imobilista do termalismo e não pense que o Executivo Camarário possa ter alguma inicitiva nesta matéria, quando temos vindo a votar moções exactamente nesse sentido, ou seja da salvaguarda e incentivo ao termalismo como âncora do nosso desenvolvimento. As contradições ficam ainda mais visiveis quando o próprio Presidente da Câmara classificou a nossa proposta como "pertinente".

Esperamos também vir a perceber melhor que tipo de missão e vocação é que a maioria na Assembleia Municipal entende que deve ser a do CCC. Ficou claro que a proposta foi chumbada com os votos contra do PSD, e também do CDS, por motivos de lógica meramente partidária. A discussão pública sobre o termalismo e o Hospital Termal não estão encerradas e a sua continuidade pode virá certamente comprovar a validade da nossa recomendação. É pena que a maioria tenha inviabilizado esta proposta e não entenda que a Câmara Municipal deve actuar para dinamizar o comércio tradicional e fortalecer a economia local."

-Deputado Municipal (B.E.), Lino Romão

Proposta de evento sobre termalismo


Proposta apresentada na Assembleia Municipal de Caldas da Rainha pelo deputado municipal Lino Romão:

Na última reunião da segunda sessão ordinária da Assembleia Municipal de 2012, o vereador Tinta Ferreira na qualidade de vice-presidente e em representação da Câmara Municipal, no âmbito da discussão das contas do ano transacto assacou ao Estado Central a responsabilidade pelo estado do Termalismo em Caldas da Rainha. Nas suas palavras, citamos: “O estado não investiu no termalismo!” No entanto, os caldenses recordam-se, pela comunicação social, que desde meados da década de 1990 foram feitas vastas obras de renovação no Hospital Termal, por força do aparecimento da famigerada bactéria que levou à interrupção da cadência normal de funcionamento das termas. Procedeu-se à substituição dos equipamentos de captação da água termal, condutas, torneiras ou outros tipos de terminais, banheiras, etc., em resumo, todas as superfícies em contacto com a água. Milhões de euros de investimento que saíram do Orçamento Geral do Estado, via Ministério da Saúde, e dos bolsos dos contribuintes.

A Câmara Municipal quer desvalorizar o papel do Hospital Termal enquanto serviço público vocacionado para a saúde, tentando fazer assim o caminho e a criação das condições para a sua privatização. Acontece que esta atitude de branqueamento fere a memória dos caldenses e a dignidade de uma instituição fundadora da cidade, com mais de cinco séculos, que sempre foi uma âncora da economia local e uma autêntica alavanca do comércio tradicional. 

A Câmara Municipal quer aliviar responsabilidades pela inércia em que deixou cair a cidade e o concelho. Mas os factos falam por si: o Hospital Termal está funcionar, e apenas a uns poucos milhares de utentes para atingir o ponto de sustentabilidade. O número de utentes a atrair anualmente para as Termas de Caldas da Rainha já foram alcançados no decorrer da década de 1990 e pode rapidamente ser recuperado, se para isso forem desencadeados os processos e os meios necessários. Da sustentabilidade do Hospital Termal depende fortemente a vitalidade do comércio tradicional, a começar pela hotelaria e restauração, e a pujança da economia local no geral, impulsionada pelo fluxo de aquistas que assumem também a condição de turistas, em estadias médias de duas a três semanas de permanência na cidade.

Apesar da importância económica do termalismo, para a cidade e para o concelho, a Câmara Municipal foi incapaz, até agora, de recuperar os aquistas perdidos. Não percebeu a tempo a importância deste recurso termal para o nosso desenvolvimento colectivo enquanto comunidade, e vem agora culpabilizar o Estado Central da sua própria falta de iniciativa. É triste e lamentável.

Mas a Câmara Municipal ainda vai a tempo de emendar a mão e inverter esta situação. O desafio que se coloca é o de lançar uma acção na área da medicina e do termalismo: um congresso dirigido à classe médica, p. ex., ou um colóquio sobre termalismo, eventualmente umas jornadas de saúde pública. Qualquer coisa que revele capacidade de agir para contrariar a tendência encolhimento económico que vivemos em Caldas da Rainha.

Assim o Bloco de Esquerda vem propor à Câmara Municipal de Caldas da Rainha, por via da Assembleia Municipal, que lance um evento devidamente pensado e adequado a ter lugar no CCC – Centro Cultural e de Congressos, com o objectivo central de incrementar o Termalismo em Caldas da Rainha, e assim estimular a economia local. Consideramos assim que a Câmara Municipal se pode retratar de décadas de inércia, demonstrando agora alguma capacidade de trabalho. Se for capaz de agir. 

Caldas da Rainha, 8 de Maio de 2012.

O Deputado à Assembleia Municipal de Caldas da Rainha.
Lino Romão

sábado, 28 de abril de 2012

Memoria Del Saqueo, de Pino Solanas

Vamos mostrar este filme na Segunda-Feira dia 30, às 21:30, na nossa sede concelhia do BE Caldas da Rainha - Centro Comercial Avenida - Loja 2
 
Memória do Saque é um documentário que compõe um vibrante testemunho de um quarto de século na Argentina. O filme cobre um período de 25 anos, desde a ditadura militar em 1976 até ao estalar da crise cambial, financeira e económica que resultou na revolta de 2001. Foram duas décadas e meia de terríveis problemas sociais e económicos, dissimulados por uma pretensa paz e tranquilidade internas. Num tempo recorde a população Argentina passou da prosperidade à pobreza, com uma gigantesca dívida externa impulsionada pela privatização de bens e recursos públicos.

A película é também um manifesto de homenagem à coragem e dignidade de milhões de argentinos que lutaram para não sucumbir à pobreza, enquanto assistiam ao despojar dos seus recursos por poderosas multinacionais, com a cumplicidade do sector financeiro e dos políticos corruptos que dirigiam o país.

Fernando Ezequiel "Pino" Solanas, nascido em 1936 e cineasta desde 1962, com uma trajectória artística solidamente ancorada numa filmografia extensamente premiada a nível internacional, obteve com a Memória do Saque o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 2004. Com esta obra iniciou um ciclo de cinco filmes concluído em 2009, em que aborda a realidade social, económica e política da Argentina. Pino Solanas é actualmente deputado no parlamento Argentino, eleito pelo movimento Projecto Sul, que fundou e dirige. Desde 2007, ano em que foi candidato à presidência, que defende abertamente a nacionalização dos recursos naturais da Argentina e as virtudes de uma economia pública forte, como meio de aprofundamento da democracia pela afirmação da equidade e da justiça social.

No final da projecção faremos um pequeno debate acerca das questões de "Nacionalização ou Privatização: Os efeitos na economia, no emprego, no Estado Social e na redistribuição de riqueza." a propósito da recente nacionalização de uma companhia petrolífera na Argentina.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pelo futuro da Lagoa de Óbidos

O movimento "Cidadania pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos" apelou à participação de todos, incluindo partidos, na promoção e recolha de assinaturas para a petição Pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos (se ainda não assinou, carregue nesta ligação).

O Bloco de Esquerda de Caldas da Rainha associa-se a esta petição por reunir os factos que evidenciam o valor ambiental da Lagoa de Óbidos para o ecossistema, que as dragagens até à data são insuficientes - ao que o Bloco de Esquerda volta a criticar a sua fraca e contraproducente resposta ao problema da Lagoa - exigindo assim a respectiva protecção ambiental de todo este sistema lagunar e a responsabilidade dos órgãos administrativos em assegurar a sustentabilidade da Lagoa de Óbidos com uma intervenção de fundo.


No passado Sábado, dia 14 de Abril, participámos na recolha de assinaturas para esta petição.
Apelamos a todos a participarem na recolha das assinaturas necessárias para levar este grave problema à Assembleia da República, pelo futuro da Lagoa de Óbidos.

BE Caldas



Para mais informações ler artigo da Gazeta das Caldas de 17 de Fevereiro de 2012

sábado, 14 de abril de 2012

Reorganização Hospitalar CHON II


BE – COMUNICADO.

Na sequência da participação nos trabalhos da Comissão de Saúde, no âmbito da Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda vem agora tornar pública, e actualizar a sua perspectiva, sobre a preocupante reorganização hospitalar em curso e os ameaçadores cortes no SNS, que põem em causa a assistência médica à população da região Oeste.
Como a pressa é inimiga da perfeição, tememos que toda a urgência colocada na necessidade de agir e tomar decisões possa prejudicar severamente o sector da saúde na região Oeste, nomeadamente pelo desmantelamento e desqualificação dos serviços hospitalares.

Todo o processo está ferido de suspeição de prioridades não reveladas. Senão vejamos: a ARS dá início a estudos que servirão de base a decisões de reorganização da rede hospitalar. Estudos anteriores, credíveis, são ignorados. Os actuais documentos da ARS são claramente tendenciosos, em benefício de Torres Vedras e prejuízo de Caldas da Rainha. Fica a ideia que perante a ameaça dos novos hospitais da cintura de Lisboa, em Loures e Vila Franca de Xira, que podem levar ao esvaziamento de Torres Vedras, o lobby torreense organizou-se em torno da ARS e tem andado a fazer um trabalho silencioso de defesa da sua permanecia à custa do desmantelamento do CHON. Os documentos da ARS são falaciosos: cheios de erros técnicos e metodológicos, com falsificação e manipulação de números e interpretações tendenciosas sempre no sentido de prejudicar Caldas e defender Torres.

É grave que o actual concelho de administração do CHON tenha pactuado com esta lógica de ataque a Caldas. Grande parte do relatório da ARS é baseado num documento do actual concelho de administração do CHON a desqualificar a anterior gestão. Não é sequer um documento com validade técnica, conforme foi dito pelos médicos ouvidos pela comissão. É um documento com prioridades políticas internas e corporativas. Algumas questões levantadas pelos médicos e antigos administradores sobre a actuação do actual concelho de administração deveriam ser objecto de investigação em sede própria e respectiva  responsabilização civil criminal do actual CA.

Ficou a ideia geral transmitida pelos clínicos ouvidos, que a área de influência do CHON extravasa muito as fronteiras que o planeamento lhe atribui. Todas as especialidades estão sub-dimensionadas e e com falta de médicos e outro pessoal para os níveis de procura que continuam a registar. Ortopedia p.ex.: recebe doentes da zona de Patáias e Porto de Mós; Gastro tem pacientes que se deslocam da própria cidade de Torres Vedras. Garanta-se a qualidade dos serviços, assegurada sobretudo pelo exemplar desempenho dos médicos, que devemos reconhecer e sublinhar; o adequado dimensionamento e respectivo financiamento, que as especialidades darão boa conta de si na afirmação e projecção dos serviços hospitalares de Caldas da Rainha e do Oeste Norte.

Ainda segundo os clínicos e ex-administradores, não é possível concentrar os serviços para 350 mil habitantes apenas em Torres Vedras ou Caldas da Rainha. Nenhum dos hospitais tem capacidade física para responder adequadamente a este volume de população. Retirar especialidades de Caldas para Torres só servirá assim, como passo intermédio, para transferência dos doentes para os novos hospitais a sul, como Loures e Vila Franca de Xira, em regime de parceria público-privada, com custos acrescidos para o orçamento de estado e para os custos reflectidos directamente nos utentes.

Torres está perante a ameaça de esvaziamento e deve reorientar o seu eixo funcional com Lisboa Norte, Caldas da Rainha deverá defender uma reorganização do CHON como Unidade Local de Saúde, conforme foi defendido por alguns clínicos e ex-administradores. Ou seja, Torres reorganiza-se em direcção a sul e no âmbito da área metropolitana de Lisboa, de que já faz parte. Caldas da Rainha reorganiza-se em função da área de influência que já existe há décadas e que não tem nenhuma razão objectiva para alterar. A posição pública dos órgãos autárquicos de Alcobaça e Nazaré não vêm alterar nada ao funcionamento hospitalar. O que acontece e continuará a acontecer é a população da Nazaré e Alcobaça Sul, continuar a procurar os serviços de maior proximidade e confiança. De acordo com o está definido nos modelos e padrões da OMS, como também nos foi dito pelos administradores.

Assim, importa manter o SNS no Oeste com os padrões e serviços actuais, que garantam uma adequada assistência à população, de acordo com os critérios definidos pela OMS e não permitir a desqualificação do Hospital de Agudos de Caldas da Rainha que tem actualmente a categoria de H3. A perda de algumas valências pode significar uma desqualificação para inferior a H2. De todo inaceitável. Os cuidados de saúde são essenciais ao sentido de coesão nacional e o Oeste não pode ficar numa condição ultra-periférica e esvaziada em relação à área metropolitana de Lisboa e à região de Leiria. Muito menos poderemos admitir que isto possa ser feito a partir de estudos suspeitos e incompetentes da ARS, ao serviço de interesses pouco claros.


Sobre o termalismo e o Hospital Termal: Há um perigo de encerramento eminente, por uma inexplicável incompetência e falta de previsão do CA que tem de ser acautelada. A insensibilidade do CA do CHON e da ARS em relação ao Termal recomendam a imediata retirada deste CA. Ficou demonstrada pela médica especialista e pelos dados trazidos pelos ex-administradores a viabilidade do Hospital Termal e até o seu interesse enquanto recurso numa política efectiva de sustentabilidade da saúde. Com grande capacidade de produzir economia de escala, alterando-se a orientação medicamentosa pesada para uma lógica de tratamento termal. O universo de potenciais utentes situa-se em cerca de metade da população portuguesa - pessoas com doenças reumáticas ou respiratórias. A partir de 2013 abre-se a livre circulação de doentes no espaço europeu e de acesso a cuidados de saúde pelos cidadãos europeus sem restrições fronteiriças. Uma oportunidade flagrante para o relançamento do termalismo. A sustentabilidade do Termal atinge-se com 4000 aquistas. Actualmente tem cerca de 1500. Até 1996, antes do aparecimento da bactéria, chegou a cerca de 9000, dimensão que garante até a capacidade própria de gerir, proteger, defender e promover o seu património próprio, incluindo o Parque, a Mata e o edificado. É urgente que Termal seja autonomizado e tenha uma gestão própria. É essencial que haja investimento no Termal e lançamento de uma campanha de atracção de aquistas. Além da auto-sustentabilidade, o termalismo é uma alavanca de qualificação da oferta turística do Oeste e uma âncora de desenvolvimento da economia local, nomeadamente do comércio tradicional.

Bloco de Esquerda, Caldas da Rainha
Caldas da Rainha, 18 de Março de 2012.